sobre como eu (nao) estou lidando com a saudade conforme se aproxima a data de matá-la.

nao respondo nenhum email porque sou uma inútil de merda. também porque etsou en final de cuatrimestre, tenho entregas de trabalhos e exames parciais, e porque estou no meio de tramites de mudanca de casa- ou algo parecido com isso. sigo viva e sorrindo. hoje comi pizza e dei risada. em alguns dias choro e odeio o mundo e quero ficar na cama comendo doce de leite pra sempre, mas no fim das contas supero, sempre supero. tenho pesadelo quase toda noite, e aí nao consigo levantar quando toca o despertador. a maioria desses pesadelos tem a ver com voltar pra sao paulo a visitar. estou ansiosa por isso, e com algum medo também, o que explica bastante (ansiedade e medo nao sao as duas chaves de um pesadelo?). é esquisita a idéia de voltar a ver as pessoas e lugares. e eu sinto tanta saudade e tá tao difícil viver longe (cada vez mais difícil), e ao mesmo tempo nao tenho vontade nenhuma de voltar a morar, só de visitar e matar as saudades. mas tenho medo de qual vai ser a sensacao de estar de volta. de todo mundo falar minha língua (que eu desacostumei a falar, e meu pai sempre me zoa no telefone por isso), de ter meus amigos em volta e minha família pertinho, de ter meu irmao e os cachorros, e poder comer arroz-e-feijao e passar noite inteiras na augusta-funhouse-d-edge-whatever. tenho medo de voltar pra tudo isos que é tao conhecido e que já está tao longe (e ao mesmo tempo nao). é uma coisa grande demais, e eu tenho medo dessas coisas grandes demais e que nos fazem sentir muito. mas nem por um segundo esse medo foi maior que ansiedade- provavelmente nao há nada que eu queira mais que voltar pra sao paulo e passar esses tao esperados vinte dias, que eu já iamginei tantas vezes na minha cabeca. todos os dias penso em como vai ser. e a verdade é que eu nao tenho muita idéia, mas me sinto mais calma só de saber que vou ver meus amigos e meu irmao, e voltar pro quase-conforto do já-conhecido (ainda que aqui já exista um já-conhecido e um quase-conforto, nada é igual aos meus amigos e a minha sao paulo). ah que saudade.