24.1.10

i can't even work

meu amor,
não brigue comigo. não sou do tipo que não aproveita o presente com medo do que pode ou não acontecer, não mais. te juro que quando penso em você sorrio e me sinto bem e leve, e nada mais importa além desse exato minuto em que você está fazendo carinho nas minhas costas e o lado esquerdo do meu corpo fica arrepiado. mas hoje me senti menininha, porque chorei de medo (e não ando chorando de medo, mais). meu medo não é de que você não me ame, nem de que você ame outra, nem de que eu te ame mais do que o que recebo de amor de você; não. meu medo tem a ver com os apelidos que um dia ela teve, com as coisas que você já disse, com como você um dia viu ela rir e achou que nada mais no mundo importava. tem a ver com saber que você um dia provavelmente achou ela a mulher mais bonita do mundo, com o corpo mais bonito (aquele tipo de corpo que você mais gosta); a que se veste com as roupas mais legais, e que lê os livros mais admiráveis, e que gosta de coisas tão dela, tão charmosas. me dói demais pensar que um dia você se animou contando dela pra alguém, e que fez planos com ela, e se esforçou por ela, e pra que ela gostasse mais de você. e me é totalmente insuportável pensar que ela foi um personagem que eu nunca vou ser. não é por medo de você ainda achar tudo isso, não é por medo de não ter acabado (confesso que a idéia me passou pela cabeça, mas seria loucura minha achar que você não me ama ou que você não está aqui, presente- e por isso nem tenho o direito e nem quero me queixar). sei que agora quem ocupa esse tipo de espaço na tua vida sou eu, e isso também me assusta um pouco: porque se um dia foi ela, e agora não é mais, logo pode não ser mais eu, e todas nossas brincadeiras, nossos apelidos, nossos bichos, nossas viagens, tudo vai ficar assim, registrado em posts de blogs e testimonials no orkut, que uma próxima namorada eventualmente vai ler e se sentir como eu me senti: eu queria ter sido a única.

23.1.10

celos

eu, que sempre fui tão tranquila, mas dessa tranquilidade que às vezes pode se colocar de lado pra dar espaço pra um grito de NÃO ACREDITO; eu, falando devagar e sem muitas pretensões, sem muita pressa, permitindo momentos de escândalo mas me mantendo majoritariamente nessa linha tão despreocupada, tão calma, tão minha. daí saí pra um lugar de onde consigo olhar pras pessoas e imaginar as piores coisas, as tramas mais sujas, os sentimentos mais terríveis, e ter as piores vontades, as mais loucas e desequilibradas. não é que eu tenha sido uma pessoa muio equilibrada no passado- estabilidade emocional não é mesmo comigo, nunca foi. mas esse desequilibrio específico, esse tão imaturo, tão errado, isso sim é novo. porque esse sentimento nunca foi muito experimentado por mim, e talvez por isso eu não tenha tido tempo pra amadurecer esse sentir. o fato é que agora me vejo e penso "meu deus. quando foi que tudo mudou?"

3.1.10

sobre o ano-novo, o ano-velho, os fins-de-ano.

gosto demais do ano-novo, e acho que de fato é a única data comemorativa que faz algum sentido pra mim. curto o natal, amo aniversários, e gosto dos feriados em geral, mas é tudo pela festa, pelo descanso, pela pausa na vida. o ano-novo não, dele eu realmente gosto pelo que ele significa: o fim de um ano, o começo de outro, os ciclos da vida, e essas coisas todas; tudo isso faz o maior sentido pra mim, e gosto muito de ter um momento em que todos param pra fazer um balanço do ano, da vida, estabelecer metas e prioridades pro ano que vai começar, e todas essas coisas que as pessoas fazem nos fins de ano. o ano-novo pra mim está longe de ser só encher a cara de champagne e cantar feliz-ano-novo-adeus-ano-velho. e esse ano tive um reveillon muito bonito. vi pela primeira vez os fogos de copacabana, fiz uma viagem ótima com pessoas ótimas, e foi tudo muito diferente e novo pra mim. pensando agora, meu fim de ano refletiu muito o que foi meu 2009: diferente e novo. e pra mim esse ano foi tão bom quanto difícil, teve coisas lindas e importantíssimas, e, principalmente, foi um ano de luta. foi um ano de muito esforço, muita dificuldade, e, também por isso, um ano muito frutífero. não tenho muito do que reclamar, meu 2009 foi um ano muito bom no fim das contas, e meu ano-novo só refletiu isso, tendo sido bonito como foi. todas as pessoas com quem conversei sobre o assunto falaram mais ou menos as mesmas coisas sobre 2009, e eu acho que, exatamente por isso, 2010 há de ser um ano lindo não só pelo que promete ser pra mim, mas pelo que eu acho que vai ser pra todos. porque se 2009 marcou tanto, produziu tanto, ensinou tanto, em 2010 acho que todos faremos bom uso desses frutos. então que venha um ano marcante, lindo, e um pouco mais leve do que o ano passado. pra todos nós.
(e pra quem não leva nada disso a sério, espero que tenham pelo menos enchido a cara de champagne e cantado feliz-ano-novo-adeus-ano-velho.)