5.4.08

B.R.M.C.

foi ontem, show do black rebel motorcycle club, en la trastienda. nunca fui fa de balck rebel, nem sabia muita coisa da banda, e nunca tinha visto a cara deles. só conhecia a música mesmo, e desde que ouvi a primeira música pela primeira vez (love burns, lembro perfeitamente do momento) gostei bastante. gostei bastante mas nao me apaixonei, nem nada do tipo. e fazia tempos que eu nao ouvia, devo dizer. aí quando soube que ia ter o show me animei, e ainda que nao fosse exatamente barato achei que valia a pena. chegou o dia, me arrumei, e fui, meio sem saber o que esperar, quase despreparada mesmo. e acontece que black rebel é uma dessas bandas que sao incrivelmente melhores ao vivo, tipo tortoise ou gotan project. mais na linha de tortoise, na verdade, porque gotan é facilmente apaixonante em disco também. e por mais que eu já achasse a banda boa e gostasse bastante da música (exatamente como foi com tortoise), quando vi os caras tocando ao vivo eu nao pude acreditar. o que eu mais pensava durante o show era "como eu nao percebi isso antes?". e nao sei se eu é que nao tinha sacado muito a banda até ver ao vivo ou se isso é uma coisa geral e os caras sao mesmo melhores ao vivo, mas o fato é que eu nao sei como eles nunca estiveram entre os primeiros da minha lista, mesmo. e eu nao sei quem foi o idiota que disse que o rock tinha acabado, mas ontem descubri que o rock-de-verdade, aquele lá, do bom, ainda existe e é incrível, e tava lá, potencializado num pequeno espaco com um pequeno palco em algum ponto de san telmo. o lugar também era muito bacana, de um tipo que nao existe em sao paulo, e me deixou muito encantada. nao tinha muita gente (até porque nao cabia mesmo muita gente), e com isso eu fiquei a uma distancia de pouquissimos metros do palco, sem passar por nenhum unico momento de desconforto e podendo ir até o fim da pista de vez em quando pra comprar uma quilmes e voltar. genial. e esse é o tipo de show em que eu poderia nao ter me importado em ficar perto do palco, porque nao rola uma idolatria com os caras em si, mas o show era tao bom que atraía, sabe? tanto que no tempo de uma unica musica (whatever happened to my rock'n'roll, nao por acaso) dois caras subiram ao palco, deram um abraco no peter, e desceram arrastados pelos segurancas. e isso nao foi um problema at all, porque fazia sentido dentro daquele contexto de rock-de-verdade. além do que, minha gente, a aparencia dos tres elementos era tao atrativa quanto o rock que eles faziam, do tipo que eu me casaria com qualquer um dos tres, ou com os tres juntos, ou qualquer coisa que eles quisessem (ahhhh), sem pestanejar. e no final ainda teve um momento muito incrível em que nick, o baterista, entrou, acho que na volta do bis, apontando com a mao pra platéia, e a galere, meio numas de galvao-filma-eu foi levantando a mao, achando que ele ia escolher alguém pra subir, ou algo assim. aí ele teve que explicar no microfone: "surrender, surrender! i have a pistol!", e nisso pude notar que ele vestia uma luva com uma arma desenhada que era a coisa mais legal DO MUNDO. e é meio estranho ficar relatando tudo isso, porque, se bem me lembro, nao tenho nenhum amigo que goste de black rebel, e provavelmente ninguém vai nem ler tudo isso. mas sei lá, no mínimo é um registro pra posteridade.

6 comments:

Anonymous said...

i meio-que hate you

Beatrix Miranda said...

ei, ei, eu gosto de black rebel, bastante! e sei exatamente essa sensação de redescobrir uma banda que você achava média - de repente parece que toda a sua maneira de encarar a música muda, mesmo. não sei, com alguns álbuns eu tenho uma relação extremamente profunda e complexa que foi sendo criada aos poucos, primeiro com uma resistência, e depois com um amor que foi nascendo aos poucos e gradualmente - a cada vez eu percebia algo de novo que me encantava, até que tudo começou a fazer sentido. e prontes: estava eu dentro daquele universo, daquele pequeno pedaço de sonho traduzido em sons que se transformavam em imagens e sentimentos.
ai, tá vendo, por isso que eu não comento, olha as coisas bregas que saem quando ponho tudo em palavras! você que me deixa assim, polý.

she said...

eu fui ouvir. é beeem legal mesmo, hm?
só discordo que seje rock de verdade, do bom, ressureicao do que seria aquilo que tem os idiotas que digam que morreu, maaasss...



...deve ser delicioso ver show ai.
e eu ja tive a sensacao de redescobrir bandas. é bom mas dá uma certa aflição... de tiops... "que bosta, if only i kneeew... o show seria melhor mimimi" mas acaba sendo mto bom tbm por ser outra coisa, nao?

e o que foi isso ai?

ý said...

nah nah, nunca disse que ressurreicao de nada nao. é diferente do que aqueles idiotas chamam de rock de verdade, bem diferente. o que eu quis dizer é que é tao de-verdade e tao do-bom quanto aquele lá. e que as mudancas no mundo do rock nao sao necessariamente negativas e nao fazem do rock de agora menos digno ou menos rock.

pessoa. said...

eu li tudo.
comento que essa era graça de chôus nos estados unidos: vazios. dava pra encostar no palco, plantar bananeira ou brincar de pega pega; e tudo isso sem perder o chôu.
é o máximo; não?

eu vou pra buenos em julho.
e eu tenho um blogue agora.
legal; não?

Anonymous said...

to precisando falar com a sil aí em cima. pq mto estranho isso de duas pessoas que se falam tanto quanto nós estarem programando uma viagem pro MESMO lugar na MESMA época e não saberem...

foi vc, polý, que me disse que eu deveria ouvir essa banda pq combinava e eu iria gostar?
pois bem.