23.11.09

02.05.07 x 22.11.09

um dia eu reclamei, desesperada, de "sentir teu cheiro no meu lençol". mas eram outros tempos, outro cheiro, outro você. porque agora eu deito na minha cama e sinto teu cheiro no meu lençol, e vejo fios do teu cabelo no meu travesseiro e sorrio por saber que vou dormir com aquele pedacinho de você. mais ainda gosto quando sinto teu cheiro em mim, mas isso sempre dura menos tempo: o lençol fica lá pra me lembrar. a cama pode até já estar fria, o lençol pode estar seco, o quarto pode estar vazio: se o teu cheiro está lá, e se aqueles fios de cabelo estão lá pra dormir comigo, então eu durmo com você, e é quase como se você ainda estivesse aqui, em alguma dimensão. aí se saio da cama e olho pra porta do meu armário, te vejo lá, comigo. vou escovar meus dentes e no espelho também te vejo, entre meu corpo e a pia, com aquela cara (ah!). te vejo na cozinha, na mesa, na porta da minha casa, chegando com aquele sorrisinho. também fora de casa, em cada ponto da cidade onde já estive com você, passo e te vejo. mas é que dentro de casa é como se você realmente estivesse. porque as portas guardam um pouco da tua respiração, meu quarto guarda um pouco do teu suor, meu travesseiro um pouco dos teus cabelos, e meu lençol guarda o teu cheiro. e dessa vez só posso agradecer ao meu lençol e à minha casa por me trazerem as lembranças: assim você sempre dorme comigo.

2 comments:

Nah Safo said...

mini choray.

como você é linda!!

queria estar aí com você agora, de verdade.

**

n said...

o lençol e sua infinita capacidade de armazenar lembranças.